abril 25, 2020

Um dia você acorda e já não tem mais aquele buraco no meio do peito.

Você encontra de novo prazer nas coisas simples, desde o tilintar da chaleirinha até o passar do café no coador, o vapor, o aroma, o contraste do granito cinza com o céu azul do outono.

Você está em paz de novo com você e com o mundo.

Você tem consciência de quantas vezes errou, mas se perdoa e segue em frente.

Sabe que possui inúmeras deficiências, mas que dia após dia se esforça para melhorar cada uma delas.

Entende que uma vez que o cristal tenha quebrado, nunca mais será o mesmo, mas ainda assim ele é cristal.

Você entende que fez o que podia e sabia.

Não aceita mais nenhum tipo de interferência, o que fala mais alto é a voz que vem de dentro, aquela que te orienta e grita nos teus silêncios.

Você compreende que seres humanos julgam, te testam, muitas vezes te sacaneiam, mas eles são apenas seres humanos como você.

Você perdoa, embora não esqueça.

E segue a vida, dando e oferecendo o melhor de você.

Você se percebe rindo novamente, fazendo planos, pesquisando viagens, almejando novos caminhos...

E finalmente você chega à conclusão de que tudo valeu a pena, porque a alma foi sempre grande, sempre generosa e sempre honesta com o seu sentimento.

Você deixa tudo pra lá e passa a viver o aqui e o agora com a certeza de que o melhor está por vir.


 

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 Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém.  O que devo temer, é perder a mim mesma.