março 19, 2020

Sou muitas

Sou muitas.

E posso ser várias, cada uma com sua característica e seu valor.

Ontem estava ouvindo uma meditação que dizia que todos temos dentro de nós uma criança, uma

adolescente e uma pessoa adulta. Eu tenho mais, tenho a anciã e outras que não posso revelar assim

tão publicamente.

Sérgio do céu, hoje eu percebo que você foi guerreiro, foram 20 anos de relacionamento.

Você conheceu todas elas, mesmo com seu jeito bronco e italiano.

E sempre me dizia: Nêga, você é uma caixinha de surpresa!

Depois de você, ouvi muitas vezes que eu era "demais", mas hoje percebo que ele é quem era de "menos".

 Tive que me adaptar, me diminuir para caber em espaços já tão pequenos...

Causou um desconforto.

Por isso Sérgio eu quero hoje agradecer tudo que você me fez.

Me incentivava a ser melhor profissional, para estar lado a lado de um diretor sem me sentir menos que ele.

E na separação forçosamente me ensinou a fazer contas, coisas que até então eu não fazia.

Acho que de alguma maneira você colaborou para que eu me desenvolvesse em diversos aspectos e

tudo bem para o que não fosse tão bom.

E se nossos caminhos não seguiram para o mesmo lugar, foi por falta de afinidades, no final até

pizza meio a meio dava briga...

Eu me lembro que quando lia meus escritos dizia: sempre romântica!

Éramos muito além de água e vinho, éramos água e óleo.

Não misturava, mas sempre acrescentava algo além do que nós já sabíamos.

Por isso fui tantas, fui muitas e desde então nunca mais consegui parar.

Não me envergonho de nenhuma, mesmo da mais sofrida.

Sempre que ela surgiu era rapidamente substituída pela mais forte.

E no final eu sou a Cris em harmonia com todas elas, todas são aceitas, algumas precisam de

melhora, outras de mais disciplina, mas elas hoje apenas agradecem pelas lições.


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 Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém.  O que devo temer, é perder a mim mesma.