fevereiro 18, 2021

Cris, por favor, olhe-se mais no espelho!

Um cansaço.

Melhor resumir: estou cansada.

Do que tento explicar, do que tento descobrir os porquês, apenas repeti: estou cansada.

Gosto de não explicar tanto. As muitas perguntas me cansam também!

Mas compartilhar é também se livrar de alguns pesos.

Com o tempo fui aprendendo a comunicar ou não os meus desconfortos.

Sensibilidade demais.

Percepções demasiadamente assertivas e previsões certeiras.

Sou boa em conexões.

Não porque desenvolvi uma habilidade, mas porque finalmente descobri o que chamavam de especial.

Nunca consegui compreender o que havia de tão especial.

E então você me coloca na frente de um espelho de dois metros por um e diz: olhe-se.

E foi aí que me dei conta de quem sou.

Sempre anota as coisas? Sempre! Desde sempre! 

E então começamos a compreender o que se esconde por trás do cansaço.

E fomos dando nome aos bois. 

Olhe-se no espelho de novo.

E lá fui eu de novo, ainda estranhamente desconfiada, fiquei um tempo maior e olhei tudo, cada milímetro, como uma grande novidade.

Insights.

Lembranças.

Pessoas.

Olhe-se mais um pouco.

O caminho.

As crenças.

A falta total de paciência.

E pela última vez você repetiu: olhe-se!

E então eu respirei bem fundo, já impaciente e ansiosa pela sua resposta. Afinal de contas, você já sabe me ler.

“Cris, por favor, olhe-se mais no espelho!”





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 Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém.  O que devo temer, é perder a mim mesma.