fevereiro 12, 2021

Minha querida eu...

Eu preciso te dar parabéns! 

Não somente uma vez, mas muitas.

Você tem me saído melhor do que o esperado, gosto de ver você rindo e driblando às adversidades.

 Gosto de ver como é habilidosa em tempos incertos.

 Gosto de ver você brilhar e fazer outras pessoas brilharem também.

 Minha querida eu, ter chegado ao fundo do poço te fez conhecer este lugar frio e escuro e ter a certeza de que o seu lugar não é lá.

 Ter experimentado lugares apertados te trouxe a certeza de que é liberta que você é feliz.

  Ter perdido a paciência te fez compreender do quão importante ela é para que você não perca a sua razão.

  E ser manipulada fez com que você finalmente entendesse que seu papel é conduzir.

  Minha querida eu, vamos brindar o nosso agora.

  Este é o único tempo que temos, portanto, não há o que lamentar e nem tão pouco sonhar.

  Planeje, eu sei que você gosta disso. Mas viva o agora como se fosse a última coisa a ser feita. De repente, é!

  Viva com responsabilidade, mas sem chatice, por favor.

  Seja leve. 

  Seja breve onde não houver afinidades, compreensão e admiração.

  E seja você minha querida eu.

  Seja sempre você e nunca mais se perca de você mesma.

  Você não mais precisa disso para poder se encontrar.


  

fevereiro 10, 2021

Meio stil

 É viciante.

 A sensação de abraçar a vida e fazer o que dela bem quiser.

 Com todos aqueles sonhos, que você pensava serem grandes demais, palpáveis e possíveis hoje.

 Lembra quando você escrevia e projetava tudo no papel?

 Desde cedo você já sabia o queria.

 Só não imaginava que aconteceriam assim...

 Lembra que você precisou de remédio para dormir, para esquecer um dia ruim?

 Em um dia como hoje você toma meio para desligar, porque a cabeça fervilha quando deita no travesseiro.

 As possibilidades são tantas que lhe tiram completamente o sono.

 

Sobre a minha escrita terapêutica, de tantos e tantos anos, me leio fragmentada.

Voltei no tempo. Eu já não me recordava de nada que doesse.
 
Cheguei na neutralidade da vida.

Fez sol? Está ótimo.

Está chovendo? Está ótimo também.

Ouvi recentemente um: “você sempre de bom astral”. Sorri sem entender, se no modo automático estou de bom astral, como ficarei quando estiver no meu normal?

Recuperar prazer é uma certificação de leveza.

Olhar para os mesmos lugares, as mesmas pessoas e conseguir ver algo novo.

Ter novamente vontade de sair sem rumo, sem horário, sem regras e apenas ir.

Se entregar ao “acaso”, sair do controle, ouvir histórias e depois ter várias para contar.

Envolver e deixar-se levar também em diálogos consistentes, inteligentes e principalmente suaves.

Sem o peso de coisas mal resolvidas e frases não concluídas.

Foi como eu te disse Alessandro, eu sou estimulada vinte e quatro horas por dia.

Testam meus conhecimentos, minha capacidade, meus valores e minha paciência.

Acumulo recursos para os meus sonhos.

Adquiro experiência sem tê-las vivido.

Não julgo pois não tenho como saber toda a história, e quando sei parte dela, procuro deixá-la a mais colorida de todas.

Me falam mais do que eu gostaria de ouvir.

Mas eu ouço. E às vezes, finjo que ouço.

Sorrio muito.

Compreendo o suficiente para fazer conexões sustentáveis e respeitosas.

Encontro um sentido em toda essa miscelânea.

Gasto mais energia do que possuo. 

Minha amigdalite grita.

Mas apenas engulo. Durmo e me refaço.

Mais um dia desafiador.

Mais uma semana.

Tenho pressa. Trabalho muito. Porém o que mais tenho feito nos intervalos é viver muito cada segundo.


fevereiro 08, 2021

Do meu jeito

 Cheguei do outro lado.

 Fiz toda a travessia só.

 E vejo a distância percorrida sem nenhuma emoção.

 Fui esvaziando os pesos, as tralhas, tudo que fui acumulando nesse tempo.

 Fiz faxina para você chegar.

 Comprei novas flores, me vesti de outras cores, abri todas as janelas, ouvi outras músicas, cantei com mais empolgação.

  Me vi admirada por outras mulheres.

  Mimada.

  Senti a força de uma maneira tão natural.

  Me peguei discutindo filosofia sem nenhuma pretensão.

  Falei sobre Deus, deuses e deusas com um teólogo.

  Me elogiaram a alma. A calma. A inteligência e a elegância do comportamento.

  Fiquei sem graça.

  Meus ouvidos queriam ouvir o que mais poderiam me ensinar.

  Eu não falei quase nada, mas observei muito e me chamaram de analítica.

  Não era isso.

  Era um cuidado. Era um instinto de defesa para muita intimidade.

  Nunca deixei de ser autêntica. Nunca desacreditei.

  Eu apenas esperei o momento certo para me pronunciar.

  E então me senti tão leve e tão liberta para apenas sorrir, viver e ser do jeitinho que sempre gostei.

  




  

  

fevereiro 04, 2021

Sobre tudo que eu quero que você saiba sobre mim

 Hoje eu sei de coisas que antes não sabia.

 E mesmo assim, eu permaneço no lugar de onde eu nunca deveria ter saído.

 É nele que eu sempre quero estar. Dentro do meu lugar de humanidade, consciência e com valores que são tão meus.

 Porque não é sobre o outro que devemos debater, mas sempre sobre nós mesmos.

 O outro é o outro. Mas o que pensamos ou falamos sobre o outro diz muito sobre nós mesmos.

 Continuo firme nas minhas questões sobre verdade, sobre afeto, sobre agir com honestidade.

 Nos tantos papéis que exercemos na vida, em todas as mulheres que sou e que você conheceu, não deixo dúvida em relação ao meu caráter.

 Me coloco sempre que necessário.

 Digo o que penso.

 E ouço também.

 Continuo firme nos meus propósitos.

 Tenho uma vida rodeada por muita gente, mas são poucas as que frequentam a minha sala de estar e usufruem do meu precioso tempo.

 O tempo que preencho com o que realmente me acrescenta coisas e momentos bons e claro, com pessoas que tenho apreço.

 Perder tempo é perda de vida.

 Amo viver. 

 E isso não mudou em nada.

 Mas vivo com o cuidado de não machucar ninguém.

 Vez ou outra, acontece, aí volto ao meu lugar de humanidade novamente.

 Deixei de te olhar, ou no caso, de te ler com projeção.

 O certo é certo, o errado é errado.

 Mas entendo que quando estamos machucados, quando nosso buraco no meio do peito é grande, não ficamos muito preocupados com o entorno.

 Por isso busco incessantemente estar bem comigo, escolher as minhas companhias, modular a minha energia, justamente para saber separar o que é meu e o que é do outro.

 Quero ter o prazer e satisfação diárias de olhar no espelho e estar em paz com o que vejo além da aparência.

 E assim sigo.

 Sempre em frente.

 Com os que estão afinados, alinhados, sintonizados...

 É o que chamo de “seleção natural”, estar sempre junto daqueles em que ser quem sou não agrida e ao mesmo tempo não me limite.

 São as escolhas que fazemos que vão definindo cada passo e direção.

 Olho para trás somente para ver o quanto cresci e evoluí, o tempo cura, mas as velhas fórmulas já não me servem mais.

 

 

fevereiro 03, 2021

 Hoje quando eu olhei em volta, nada me surpreendeu.

 Eu apenas observei. E é engraçado, porque quando estou mais reflexiva, as pessoas acham que eu estou triste, mas não, de verdade, eu não estava triste.

 Eu apenas não senti nada. E sem sentir nada, não emiti qualquer opinião.

 Sim, normalmente eu opino, eu me coloco, mas de verdade, eu não tive vontade de opinar.

 Eu apenas estava afastada.

 Fisicamente, eu estava ali. Emocionalmente eu estava tão distante, e o mais incrível, eu observava o entorno e ao mesmo tempo a minha falta de emoção.

 Ali percebi, o que era meu e o que era do outro.

 E eu também não fiz questão de me conectar.

 Na volta para casa, fui retornando até mim.

 Uma música para desacelerar, dentro da velocidade local permitida, com a maquiagem ainda inteira.

 Voltei para mim.

 Para o meu refúgio.

 Para o meu canto de paz no mundo.

 Olhei as minhas flores, senti o perfume delas, fiz a oração que me acalma.

 Um banho quente e bem demorado.

 Um chá de melissa.

 O aconchego de quem se abraçou antes de pegar no sono.

  

 

 

fevereiro 01, 2021

 A gente vai aprendendo a deixar de lado toda a problemática.

 E quando não se sabe ser colo, recebe o colo.

 Quando não se sabe ser segurança, recebe a confiança.

 Nos movimentos entre o dar e o receber.

 No equilíbrio entre as polaridades.

 


 Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém.  O que devo temer, é perder a mim mesma.