Arrume sua casa interna.
Deixe tudo organizado de novo...
Aceite que alguém chegue e acenda a lareira quando tudo estiver frio ou ligue o ar condicionado quando estiver quente demais.
O tempo passou tão rápido.
Esse ano me maltratou demais e tirou a ingenuidade que me restava.
Mas não tirou minha alegria, muito menos minha fé.
Como me disse um amigo: Deus me livre ser como na foto, até o nosso sorriso era fácil.
Fácil demais, solto demais, ingênuo demais.
A vida não é assim tão Poliana...
Nem tão dura.
Ela é o que também somos.
Se você se permitiu viver até transbordar, óbvio que você corre um grande risco de esvaziar também.
Se você se permitiu acreditar, corre também o risco de se decepcionar.
Ou seja, não é o outro, é você.
No final, ninguém estará nem aí para suas dores, e novamente será você com você mesma.
Preciso deste espaço para não me apegar ao que já foi.
Aceitar as tramas do tempo, que tudo mostra e nos é revelado.
Aceitar o que fui e o que não sou mais.
Fazer as pazes com a realidade nua e crua, como ela se apresenta.
Dói. Mas não vai doer para sempre.
Abrir as janelas e deixar o vento levar a energia estagnada.
Acender um incenso.
Circular.
Fluir.
E como na música: “pra que mentir, fingir que perdoou...”
Ter as expectativas craqueladas me fez voltar para um estágio inicial que para mim sempre foi muito assertivo.
Não ter expectativa nenhuma.
Vive-se um dia de cada vez.
Aprecia-se o bom de cada dia.
Observa-se a profundidade ou não das coisas e pessoas.
É na leveza da não cobrança que as melhores coisas acontecem.
O genuíno, o real, o verdadeiro, acontecem sem nada esperar, simplesmente acontecem de maneira natural e simples.
Me ofereceu uma “Witbier” em taça de cristal impecável.
Frango crispy com batata rústica.
Falou que cozinha melhor que o delivery.
Perguntei sobre os sabores da cerveja, ahhh tem coentro e laranja...
Da Baden Baden em Campos do Jordão, você conhece?
Vamos pra lá? Você conhece Campos?
Ahhh sim, conheço bem.
Dorme aqui hoje.
Não posso, eu vou para a minha casa.
Tenho que cuidar da gata e cuidar de mim.
Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém. O que devo temer, é perder a mim mesma.