Te beijo o rosto.
Te deixo sem graça.
Te deixo ser quem é.
Te respeito.
Te ouço.
Hoje eu acordei diferente.
Meu corpo estava cansado, mas minha cabeça não.
Tenho adquirido certa leveza na convivência com você.
Tudo está sempre bom. Tudo está sempre divertido.
Eu muitas vezes com meus pesos, ao te ver penso: é hora de deixá-los para trás.
Vou para o banho e deixo tudo escorrer pelo ralo.
Na volta encontro palavras soltas, novas receitas e muita vontade de agradar.
Ali sempre tenho cem por cento de você e entrego cem por cento de mim.
Muito mais que banquetes, há generosidade de gestos e de afetos.
Se me deito no seu peito, em pouco tempo adormeço.
É a minha dose de ocitocina, é o meu calmante natural.
Tem algo a mais na maneira como prepara o jantar, há um carinho extra no omelete da manhã, existe um jeito todo seu de passar manteiga no meu pão.
Eu deixei de ver poesia.
Eu não tinha nenhuma expectativa de viver novamente um romance.
Mas tudo caiu por terra quando me percebi mais observadora.
Pude assim compreender que está tudo certo como está.
Eu bebo mais doses de café de manhã, para te acompanhar.
Eu agradeço e elogio tudo que faz por mim.
Eu preciso de gente que me facilite os dias, a vida.
E que compreenda a imensidão que eu sou sem se intimidar com tudo que eu ainda queira ser.
Minha segunda está com cara de sexta.
Foi intensa. Foi cansativa. Foi puxada. Mas acabou…
Muita coisa deu certo.
Sua ligação foi um bálsamo.
Eu ri. Você riu. Rimos muito.
Esse tem sido o nosso “normal”.
A nossa necessidade básica é sentir-se amado.
Nos sentimos seguros quando nos sentimos amados.
Superamos a fase inaugural da paixão.
Pois esta quando não é superada, torna-se uma grande imaturidade.
Comportar- se como adolescente na idade adulta não faz parte dos meus planos.
Você me trouxe o que busco.
Segurança, valores parecidos e coerência com a visão de mundo.
Não a qualquer preço, mas seguindo o curso natural.
Interessava-lhe inteirezas.
Fracionou a vida em partes e a elas todas foi dando a devida atenção.
Queria ser mais do que um dia já foi.
Um amigo lhe disse: querer muito as vezes atrapalha, nos gera frustrações.
Mas não, nada dela era exagerado.
Voltou para o chão. Ponderava gestos e palavras.
Nunca foi de abrir muito a vida. O que era escancarada era a alegria.
No dia em que roubaram-lhe o riso, ela se calou.
E depurou tudo.
Até então, nada a havia decepcionado tanto.
Hoje, cuida das expectativas para não adoecer.
Tornou-se o centro da sua existência, com ego controlado.
Não quer perder o que ainda sobrou-lhe de humanidade.
Sonha com mais.
São sempre grandes sonhos.
Disseram-lhe também: você quer tudo!
Não sabem que esse tudo que contei, é apenas uma pequena parte!
Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém. O que devo temer, é perder a mim mesma.