A gente se anestesia para evitar o sofrimento.
setembro 23, 2022
setembro 17, 2022
O que pensei quando fiz 50 anos
Pensei tanto.
É o que mais tenho feito nos últimos anos.
Não há mais tempo a perder, somente ganhar.
Houveram perdas, decepções e tristezas.
Mas também foram inúmeros os momentos em que eu gostaria de ter parado no tempo e congelado.
Vivi muito.
Tenho uma maneira muito particular de fazer isso.
Há quem diga que trabalho muito, isso é um fato. Mas quando digo que vivo muito, o trabalho não poderia ficar de fora.
Todas as áreas que escolhi como prioritárias me consomem em teores iguais, óbvio que cada uma com seus desafios, mas à todas me entrego de maneira única.
Tudo que sinto, sinto muito.
Com o tempo e muita terapia, modular emoções tornou-se uma constante.
Se sou mistério para outros, sei bem quem sou, é isso o que realmente importa.
Nada meu exagera ou transborda, senti na pele o quanto isso é perigoso e dói.
Expectativas não são criadas.
Virgem com ascendente em Capricórnio, Terra, Terra.
Há quem goste.
Eu gosto, me gosto como sou.
Sem tirar e nem por, mais uma vez, sem exageros.
Simplesmente gosto.
Completo hoje 50 anos.
Um pouco anestesiada pela própria vida, pelo que sou e também não sou.
Não penso mais no que falta, tenho mais do que mereço.
Penso que hoje só preciso agradecer.
setembro 08, 2022
Observei a cena.
Ouvi cada palavra.
Os gestos, o tom da voz, a necessidade de chamar atenção.
Corrigi as falas com elegância.
Mantive a serenidade.
Tenho a sorte das parcerias na vida.
Me conheço.
Me deixo conhecer.
As pessoas sabem exatamente o que esperar de mim.
Se por algum motivo desagrado, logo me lembro de que nem Jesus agradou a todos.
Somos a construção de uma imagem.
Ela se constrói com tudo que fui ou não para chegar até aqui.
Nada mais me surpreende no comportamento humano, pelo
contrário, gosto quando as pessoas se mostram, pois já me
sinalizam a sua essência.
setembro 05, 2022
Exaustão
De novo eu estava abraçando o mundo.
Mundão.
Enorme.
Aquela agonia escondia uma grandíssima ansiedade.
De novo irritada.
De novo acessada demais.
De novo bancando a mulher maravilha.
Ser forte cansa.
Cheguei de novo na exaustão.
setembro 04, 2022
Férias
Aos poucos, fui me livrando daquela animosidade.
Uma palavra aqui, um gesto ali e até o fato de me deixar agir.
Vou naturalmente tomando a frente, decidindo porque e como fazer.
Na pressa, corri desnecessariamente.
Mas nada me prendia, fiquei porque quis.
Estou porque quero.
Nada mais é complexo ou inacabado.
Deixo o meu melhor, no momento.
Você entendeu o meu “ modus operandi”.
Acho engraçado o modo como concorda ou discorda de mim.
Você me trouxe a leveza que eu buscava.
Gosto quando apreciamos a vida com calma e concordo quando me diz: “parece que estamos de férias”.
Um pouco de ar.
Movimentar sempre quando há desconforto.
Silenciar.
Fui desenvolvendo minhas técnicas para dias cinzas.
Sempre volto melhor.
Dissolvo a angústia, vou deixando tudo de ruim para fora do mundo que gosto de ter.
Aquela pessoa que perdia um dia tentando entender suas próprias emoções, não existe mais.
Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém. O que devo temer, é perder a mim mesma.
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