Hoje eu acordei diferente.
Meu corpo estava cansado, mas minha cabeça não.
Tenho adquirido certa leveza na convivência com você.
Tudo está sempre bom. Tudo está sempre divertido.
Eu muitas vezes com meus pesos, ao te ver penso: é hora de deixá-los para trás.
Vou para o banho e deixo tudo escorrer pelo ralo.
Na volta encontro palavras soltas, novas receitas e muita vontade de agradar.
Ali sempre tenho cem por cento de você e entrego cem por cento de mim.
Muito mais que banquetes, há generosidade de gestos e de afetos.
Se me deito no seu peito, em pouco tempo adormeço.
É a minha dose de ocitocina, é o meu calmante natural.
Tem algo a mais na maneira como prepara o jantar, há um carinho extra no omelete da manhã, existe um jeito todo seu de passar manteiga no meu pão.
Eu deixei de ver poesia.
Eu não tinha nenhuma expectativa de viver novamente um romance.
Mas tudo caiu por terra quando me percebi mais observadora.
Pude assim compreender que está tudo certo como está.
Eu bebo mais doses de café de manhã, para te acompanhar.
Eu agradeço e elogio tudo que faz por mim.
Eu preciso de gente que me facilite os dias, a vida.
E que compreenda a imensidão que eu sou sem se intimidar com tudo que eu ainda queira ser.