abril 03, 2021

Eu te amo

De um tempo sem saudade, sobrevivi.

O tempo de silêncio deu voz ao que me sufocava.

Os cuidados foram dobrados.

Te cuidei. Te amei mais que qualquer ser.

Cuidei das suas tantas feridas, uma a uma, dia após dia.

Da dificuldade para o básico, uma vontade imensa de transpor tudo aquilo que chacoalhou a alma, até que todo ego e toda vaidade caísse.

Te fiz cafunés.

Te dei uma energia que eu não tinha.

Te curei do mal que te acometeu.

Te direcionei a cabeça para o horizonte para mostrar quanto ainda havia para percorrer.

Te fiz ver através de outras perspectivas.

Ouvi pacientemente e repetidamente suas queixas.

Ahhhh, quanto trabalho eu tive para te colocar de volta no seu lugar.

Quantas crenças te fiz rever e reconsiderar.

Foram tantas as vezes que te levei para passear.

Te fiz importante. Te fiz notável. Te dei uma nova vida.

Te fiz novamente acreditar em novas realidades.

Te dei a paz desejada. 

Te apontei a direção. Te conduzi. Te louvei.

Hoje estás mais singular. 

Te trouxe a fé necessária para que confie no fluxo da vida. 

Te mostrei o lado positivo de ser individual e acolher suas fragilidades.

Te despi de tudo que havia para te vestir de novo.

Te ofereci meu melhor vinho.

Compartilhei meus sonhos. 

Te dediquei o melhor para o que te tornaste hoje.

Te olhei no espelho e disse em alto e bom som: eu te amo.

abril 02, 2021

 De todas as minhas histórias, todas tiveram a sua importância.

 Do que fazer, do que não fazer mais...

 Elas dizem mais sobre mim e sobre o meu momento do que sobre o outro.

 Elas dizem tudo que um dia eu não quis ouvir.

 Tudo que joguei para debaixo do tapete, volta e meia retorna. 

 Então é aí que você entra, me ajudando na limpeza.

 Essa postura de ser forte o tempo todo, me gerou tantos machucados.

 Hoje as respostas são mais rápidas, fica bem claro o espaço permitido ao outro.

 Chegue mais perto ou vá para bem longe.

 Essa coisa de seguir o coração já era, coração é apenas um órgão que bombeia o sangue.


 É como te falei, adotei novos critérios.

 O que houve de um ano pra cá? 

 Muita, muita coisa.

 Ainda me parece difícil confiar e acreditar no que me dizem, embora hoje eu saiba muito mais sobre o meu próprio valor.

 Confio em mim. Mas não confio no outro.

 Construí muros altos, mantive distância bem segura de tudo que se aproximou.

 Me tornei ainda mais seletiva.

 Eu não sou de guardar mágoa de ninguém, mas boa memória eu tenho.

março 30, 2021

 Nunca gostei dos iguais.

 Nem de nada, nem ninguém que fosse cópia de outro alguém.

 Por isso a manada não me atrai.

março 29, 2021

 E então você se vestiu de mulher forte de novo.

 De mulher madura, que sabe o que quer e também o que não quer.

 Voltou para o seu equilíbrio, organizou todos os sentimentos em caixinhas e se organizou de novo.

 Sentia-se produtiva e tudo corria bem.

 Era um tempo novo em que tudo que era velho havia ficado para trás.

 Havia reciprocidade em suas ações, diálogos, afetos.

 Descobria-se de novo envolta em novidades.

 E tudo era muito nítido para quem a percebia.

 

  

março 28, 2021

 Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém.  O que devo temer, é perder a mim mesma.