Levei anos para saber que quando só um quer dois não se entendem.

Que prezo pelo respeito acima de qualquer coisa nesta vida.

Que maturidade não é questão de idade e sim das experiências que se teve na vida.

Que as pessoas quando estão feridas vão querer te ferir também.

Demorei anos para me livrar das culpas que jogaram por não saber como agir.

Que é melhor falar do que se calar e carregar o não dito.

Que toda  afirmação merece um questionamento.

E que se você fala é sua obrigação dar o direito ao outro de se defender ou mesmo te corrigir.

Demorei para deixar de sofrer pelo que fazem ou não, sem me dar conta de que isso é deles e não meu.

Demorei muito para acordar.

Demorei para entender que quem te fere uma vez, poderá te ferir várias outras vezes desde que você permita.

Deixei o tempo cuidar de tudo.

Pedi à Deus as respostas que eu tanto buscava.

Entendi o meu valor no cenário atual, me dei o amor que eu merecia.

Desisti de quem desistiu de mim.

Segui sem olhar para trás, com os valores mais alinhados e definidos, sem a necessidade de impor o que quer que seja e sem deixar que me diminuam.

Não quero ser mais que ninguém, mas menos nunca me contentei em ser.

Darei o mundo aos que compreendem o meu tamanho, de resto, respeito mas não me afeta. Não mais...

A perda de sintonia causa sofrimento afetivo.

Intimidade

Intimidade é um dar-se sem esforço.

Você sente, age, fala e ouve de maneira única e inteira.

Tudo que é entregue à você foi dado sem filtros, sem a necessidade de “ajeitar” e deixar tudo bonitinho....

Intimidade é uma alma se mostrando a outra alma, também impura e cheia de detalhes.

É a verdade sem melindres, é a coragem sem um pingo de receio.

Intimidade é algo que poucos conseguem ter porque raramente as pessoas se mostram, ou não se mostram ou mostram uma pequena parte, ou seja, aquela que dá mais ibope, mas que obviamente tira toda a sua humanidade.

Todos nós um dia, em algum momento ou período se desconstruiu.

Em busca de novas experiências, novos conceitos, novas pessoas e relacionamentos.

E isso nos coloca em um outro patamar, o de saber distinguir onde nos encaixamos neste mundo.

O que serve e o que não nos serve.

O que de fato buscamos sem ser piegas.

Quando abrimos nossa intimidade para alguém, é como se entregássemos o que há de mais puro e sagrado em nós.

Nem todos farão.

Continuarão a ocultar, sem entrega, permanecendo na margem, bem no raso...

E depois de um tempo de relacionamento se sentirão vazios sem saber porque razão, simples, porque somente existiu a margem, não houve mergulho!

No decorrer do período quase nunca se expõe, pois vão se alimentando de suas hipocrisias diárias, das futilidades e do que vai surgindo sem conteúdo.

Intimidade é algo que se tem somente com poucos, até porque nem todos compreenderão seus motivos e necessidades.

É um tesouro de acesso limitado.

É algo que não se julga.

Você não precisa necessariamente compreender, apenas saber que foi especial o bastante para chegar a um lugar que ninguém antes visitou.

... é tão incrível renascer várias vezes na mesma vida pra poder dizer a ela: Sim, eu vou te amar, novamente e cada vez melhor.

Quando você reconhece o valor do outro, você aumenta o seu valor.

Só podemos ver aquilo que já existe em nós.

Eu vou me lembrar destes dias de faltas e excessos quando a vida voltar ao “normal”.

Sim eu bebi.

Sim eu não entendo.

Sim eu estou bêbada.

Sim eu queria saber qual é a necessidade que a gente tem de ficar expondo o que sente se tudo isso não nos leva a lugar algum.

Sim eu te acho conflituoso.

Sim eu sei o que vai te curar.

Sim eu penso muito em você.

Sim eu quero pensar menos.

Sim eu te acho muito louco e sim eu amo sua loucura.

Sim eu sou uma tonta, mas eu sei que você também é.

Sim, somos seres estranhos.

Sim, eu nunca amei ninguém assim.

Sim eu vou beber mais até parar de doer.