The end

Finalmente.
Encerra-se um ciclo de longos e sofridos anos.
Mágoas que me visitavam nos momentos mais inusitados, perguntas sem respostas, vazio e uma tristeza sempre camuflada, acompanhada de muita ocupação e pouca paz.
Era uma maneira de preencher os dias, tratar as feridas e recuperar o tempo e o prejuízo.
E então, em um belo dia como o de hoje, tudo é enterrado, entendido, perdoado...
Há muita lição ainda a ser aprendida, mas a que mais me marcou é: "nunca ame ninguém mais do que a si mesmo".
Não insista quando alguém não quer ficar.
Não tente fingir que não entendeu a falta de consideração ou de respeito.
Não se importe com quem não se importa.
Nem sempre entendemos as coisas que nos acontecem, mas hoje eu entendi tudo.
Eu entendi que Deus sempre tem um propósito maior, Ele sempre tem um jeito de nos recompensar, Ele sempre nos livra do pior e sempre nos prepara para o melhor.

Sou o que posso e o que me permitem ser.
Se eu gostaria de ser mais? Sim, sempre.
Eu gostaria de ser tudo que nunca fui, tudo que sempre sonhei ser e tudo o que você gostaria que eu fosse...

Tudo desagrada naquele que não se agrada.

Que confusão é essa que chamam de amor?
Que falta de coragem é essa que nos faz voltar ao lugar comum?
Que controle é esse que queremos ter do que não podemos controlar?
Sinto falta da poesia que invadia os nossos dias...
Sinto um pouquinho de inveja dos que compartilham sua rotina, seus rituais, seus prazeres...
Sinto tanto que quase nunca sei o que fazer com tanto querer...
Você sempre me puxou para o equilíbrio, mas também gostou quando o perdeu...
Fato é que uma vida previsível é sempre mais atrativa do que uma cheia de novidades. 

Por favor rapaz, não bagunce minhas caixinhas...

Não há o que lamentar, somente agradecer...

E eu que nunca pensei em sentir saudade...
Que não imaginava que o vazio caberia em minha vida...
Eu tão cheia de coragem, me tornei covarde.
Saí sem me despedir, lamentando não ter ficado.
Tristeza não cabe, mas aparece e precisa ser preenchida.
Não existem muitas explicações além daquelas que já sabemos, mas que negligenciamos.
O amor aconteceu, é fato!
Mas não soubemos o que fazer com ele. Nunca gostei das coisas fáceis, mas sempre desisti das muito difíceis, pois estas sempre nos custam um esforço maior, e eu por alguma razão sempre penso que quando o esforço é muito há sempre um desequilíbrio.
Eu poderia chorar, mas não consigo.
Eu poderia inventar uma desculpa para acalentar meu coração.
Eu poderia culpar a distância, o custo, a incompatibilidade dos signos, a divergência de opiniões, a cultura, a diferença de idade, a minha insegurança...
Eu poderia tentar levar as coisas de uma outra maneira, sob uma perspectiva diferente...
Eu poderia me vitimizar...
No entanto, eu prefiro pensar que algumas decisões nos trazem novas chances.
De tudo que vivemos não há o que lamentar, somente agradecer!