Eu gosto muito. Até que um dia, eu canso.
Eu gosto quando o seu cheiro fica no travesseiro.
Gosto quando suas frases ecoam na minha mente.
Gosto quando me acha doida e ri dos meus dons artísticos.
Gosto quando trazemos assuntos externos e descobrimos que temos o mesmo ponto de vista.
Gosto de pizza de alcachofra compartilhada.
E gosto de picanha à meia-noite.
Eu continuo dramática, ansiosa, intensa e mandona.
Mas você me ajuda a neutralizar os pontos ruins de tudo isso.
Então a dramática se tornou mais positiva.
A ansiosa se tornou mais calma.
A intensa se tornou mais equilibrada.
E a mandona se tornou mais feminina e leve.
E eu gosto desta versão mais atualizada.
Antes de você, eu tive alguns relacionamentos conflituosos.
A paz para mim ainda é um lugar que me causa certa estranheza.
Monotonia é diferente, é cansativo.
Paz é dormir sem remédio, é respirar fundo, é achar delicioso o cheiro da maresia.
Paz é o que eu sinto quando faço as coisas no tempo que preciso.
Nem mais, demais.
Nem menos, pouco.
Paz é o movimento sem pressa e também sem correria.
Paz é apreciar o fluxo, consciente de que cada minuto é valioso.
Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém. O que devo temer, é perder a mim mesma.