Ele disse: você é toda engomadinha.
Ela disse: é apenas uma das minhas versões.
É claro que tenho muita consideração à você e seus diálogos.
Respeito sua experiência, seus apontamentos, enfim, respeito e pago por isso.
Mas decido sozinha sobre as minhas ações, independente do seu julgamento.
Faço terapia desde muito tempo, com abordagens diferentes, psicologia positiva e técnica cognitiva comportamental, aí me assusto com Jung.
Tenho anotado meus sonhos e não sei se quero uma análise.
E não adianta, você e sua parafernália toda não me dirão quem sou, pois de verdade, eu já descobri.
Não ria. E outra, isso não é um circo e nem uma batalha.
Me deixe à vontade para me manter tranquila no sofá da sala.
Me conte como foi que você chegou neste ponto…
Eu não espero mais respostas de ninguém, nem do meu terapeuta.
Não importa se ainda falta muito para percorrer.
Temos a péssima tendência de olhar somente o que falta, desprezando tudo que já fizemos.
Cada passo dado conta como um avanço na nossa história.
Gosto da vida assim, sem grandes batalhas.
Há quem nos faça crer que tudo é tão difícil, quando na verdade, difícil são as guerras internas delas mesmas.
Há também quem nos faça crer que tudo pode ser mais fácil, essas pessoas nos facilitam e harmonizam a nossa vida com afeto.
Ter discernimento ao lado de quem queremos estar é uma escolha que diz muito sobre o nosso momento de vida também.
Podemos mostrar pontos de vista diferentes? Com toda certeza.
Insistir em tornar a vida de alguém mais feliz, jamais.
Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém. O que devo temer, é perder a mim mesma.