Vou.
Sem distrações.
Ainda arrisco vez ou outra ser mais eu.
Mas não há mais necessidade para tanto.
Descobri o prazer de simplesmente não ser o centro de tudo e de todas as atenções.
Tenho um lado extremamente sensível,frágil e quieto.
E tenho receio quando ele se ressente.
Pois dá um peso maior para as coisas, deixando-as preocupantes.
É um lado dramático e meio teatral.
É um traço que carrego desde a infância.
É algo que nem combina com o que me tornei.
Mas vira e mexe e lá está ele, latente.
Existe algo meu que ninguém mais entende.
É a lealdade que tenho com as pessoas que me são caras.
Aquelas especiais e raras.
Eu as honro da hora que acordo até a hora que vou dormir.
Eu as protejo.
Eu rezo por elas.
E talvez eu deseje do fundo da minha alma que elas fizessem o mesmo por mim.
Me olhei de cima abaixo.
Mudei tanto nos últimos anos…
Agora entrei em uma fase diferente, hormônios, dieta, exercícios vez em quando…
Eu não queria me tornar gorda.
Mas aí a gente vai se dando desculpas para formar uma casca grossa, para que ninguém possa nos ferir.
Carreguei tantos medos, decepções e mágoas até aqui.
Isso se acumulou com o tempo, ele não perdoa nada.
Estou longe de me tornar uma mulher amargurada, mas vejo que a vida ficou bem mais prática para mim.
Sem grandes questões, como era antigamente.
Apareceu algo, resolvo logo.
Encontrei um homem que entende estes meus rompantes.
Ele as vezes me olha e com atitudes sempre faz questão de me mostrar que posso pedir ajuda, sem receio.
É um descanso e uma paz para esta que se cansou de tanta coisa.
Falo menos e sem desconforto.
Outro dia ouvi: “você não deve internalizar tanta coisa”.
Me sinto mais segura assim e assim seguirei.
Nunca fui influenciável, não será agora.
Sei bem do meu caminho e hoje me permito me perder e retornar, sem problema nenhum.
Espero fazer as pazes com o espelho ainda este ano.
Viver em paz continua sendo a meta alcançada e consistente.
Quero passar um dia refletindo sobre coisas amenas, sorrir, talvez chorar…
Depois pisar na areia, tomar um sol, olhar para cima e conversar com Deus, agradecer por tudo que me trouxe até aqui.
Ah… Quisera eu poder definir um a um todos os sentimentos que me cercam. Ah… Se eu pudesse controlar o incontrolável. Se eu pudesse definir...