Percebo que os dias tristes me fizeram escrever muito.
Já os dias felizes, os vivi, sem tempo para me lamentar.
Me pergunto sobre a idade que tenho.
E ao chegar a minha resposta, percebo que já não me cabem mais muitas coisas.
Algumas roupas.
Algumas narrativas.
Algumas preocupações.
Já não quero dar tantas desculpas para mim mesma.
Vivo os meus melhores anos.
Porque simplesmente entendi que devo viver aquilo que me cabe, não o que eu imaginei.
Muitas coisas mudaram, não só por fora, não só para os outros.
E embora eu ainda queira me provar, para os outros já não há mais necessidade.
Aceito a vida que tenho, aceitar-me também foi uma função do tempo.
Fazia tempo que eu não chorava. E fazia bastante tempo que eu não me olhava sem pressa. Gosto de ficar sozinha às vezes para isso, para me s...