Um brinde ao que é autêntico.
Um tilintar de taças ao que é real.
Para normalidades não é necessário taça, um brinde em copo de requeijão está mais do que justo.
Último dia do ano.
Não, esse ano eu não vou fazer nenhuma retrospectiva.
Tudo que vivi foi intenso, verdadeiro e sem margem para qualquer tipo de lamentação ou arrependimento.
Porque embora ele tenha começado cheio de inseguranças, hoje ele termina em paz e esse sempre foi o meu objetivo.
Estar em paz significa estar forte para transpor qualquer adversidade.
Significa deixar ir, significa a compreensão de que as pessoas são livres para fazer e ser o que elas quiserem, desde que eu não participe disso ou que não me machuque.
Estar em paz é bancar seus erros.
Estar em paz é não se limitar a quem ou o que quer que seja.
Estar em paz é a liberdade que sempre busquei.
É se sentir confortável no meu lugar.
É não precisar se sobrepor e nem ficar aquém de ninguém.
É seguir o caminho e não depender de ninguém para o que quer que seja.
Quando me pego pensando na vida, muitas coisas boas me vem à cabeça.
Fui tão ajudada, ajudei. Me amaram, amei. Tenho meus valores, não prejudico ninguém...
Tive da vida tanta generosidade.
Tive tempo, mas hoje não tenho mais.
Não posso desperdiçar um segundo com quem me rouba a energia.
Não dá mais para puxar ninguém.
Que venha pronto, como eu também já estou.
Não tenho mais tempo a perder com besteira, com mediocridade, com o respeito que espero, o mesmo respeito que eu dou aos outros!
Não tolero mais determinadas coisas.
Não falo mais para quem não ouve.
O tempo de paz é também de entendimento. Do que me é compatível ou não.
O tempo de paz separa os homens dos meninos.
Neste novo tempo de paz não cabe gente confusa, de palavra duvidosa, imatura...
Em paz não há nada que me tire do prumo.
Em paz eu sou a mulher que gosto de ser e que muitos admiram.
Quando depois de um ano o seu terapeuta te pergunta quem é a mulher que está diante dele e a resposta é: uma mulher em paz.
Paz. Paz. Paz.
É o que busquei e alcancei.
E consegui sozinha, sem esperar nada de fora.
Fui me lapidando, dia após dia, decepção após decepção, lágrimas e sorrisos também.
Que venha quem tenha o mesmo propósito.
Que permaneça quem compreende meus tempos.
E que se vá quem me tira a paz.
Não sou uma mulher igual as outras, não quero e nunca quis ser.
Mas quero sim estar em paz com a que sou.
Sou muitas. Sou mais.
Sou muito melhor estando em paz!
Aprendi com o sofrimento que nunca devo ter medo de perder alguém. O que devo temer, é perder a mim mesma.